Oi Pessoal,
Bom dia!
Como prometido, segue o resto do começo da minha história como mãe. Que, Graças a Deus, como vão ver, teve um final feliz. Mais do que feliz.
“Naquele ponto de desespero em que estava, pensei em adoção, mas essa não era uma alternativa de consenso com meu marido. Fiquei tão chateada que pensei até em me separar, assim quem sabe eu conseguiria adotar uma criança, mas sabia que seria mais difícil…loucuras de uma mulher que queria muito ter um filho.
Foi aí, depois de brigar com todos os deuses, limpar os meus guarda-roupas de todas as coisinhas de bebês que eu havia comprado em anos anteriores decidi que seria mãe de todo o jeito, se não fosse do meu próprio filho, natural ou adotivo, seria do filho alheio, distribuiria aquele amor maternal que gritava em mim e precisava se materializar mesmo que fosse com os filhos de outros, filhos que realmente precisassem do meu amor.
Encontrei uma instituição próxima à minha casa que abriga crianças de 0 a 6 anos que estão sob custódia da justiça, o que significa que ficam no abrigo até que a justiça decida para onde elas devem ir: se voltam para casa dos pais, parentes ou se vão para adoção. Crianças normalmente oriundas de lares desestruturados, que passaram por abusos, torturas e por aí vai.
Meu 1º. dia lá foi bom e triste ao mesmo tempo. Pude extravasar todo meu amor maternal entre os bebês que precisavam ser alimentados, trocados, entre os pequeninos que descobriam-se em seus 1os passinhos, os maiorzinhos que brincavam desconfiados e arredios com os novos voluntários. Saí tentando entender se aquilo realmente me faria bem, por quê, logo eu que queria tanto ser mãe, que tinha um lar estruturado e muito amor para dar ao meu esperado filho tinha que me deparar com bebês subnutridos por maus tratos, crianças de 2, 3 anos com seus pequenos corpos marcados por tortura doméstica?
Que lição (ões) Deus estava tentando me ensinar e que eu não conseguia entender?
Bem, confesso que não estou bem certa se havia uma lição em especial ou se eram várias, o fato é que após 3 meses nesse aprendizado, tive uma surpresa inesperada. Fazia 1 mês que eu trabalhava como uma condenada, recebendo executivos estrangeiros, imersa em reuniões, relatórios, cheguei a ficar 1 semana em treinamento no exterior, quando retornei, passado alguns dias notei que minha menstruação tinha atrasado um pouco além do normal.
Minha cabeça logo começou a viajar, mas o medo e angústia de uma nova decepção eram tão grandes que, por dias não ousei comentar minha suspeita, nem comigo mesma. Ao deitar, à noite conversava com Deus e Nossa Sra. Aparecida (minha santa de devoção) e perguntava: “Por favor, se minhas suspeitas estiverem corretas, mandem-me algum sinal!” e imediatamente sentia uma trepidação muito sutil no ventre que parecia como uma leve cólica.
Assim fiz por dias, até que num domingo às 6 da manhã, após um sábado inteiro pensando se fazia o teste da farmácia que havia comprado naquele dia, vi ali as tão esperadas 2 listrinhas, imediatamente após urinar, sem precisar de tempo de pausa. Mesmo assim esperei a tal pausa, caminhei até a cozinha como quem pisa em ovos para não acordar meu marido e quando conferi o teste após a pausa, mal pude acreditar, ali estava meu tão esperado sonho, meu bebê à caminho.
Saí do banheiro gritando, meu marido ainda meio sonolento me perguntou: “Mas como você tem certeza? Esses testes funcionam mesmo?” Logo eu, que já havia feito dezenas deles não saberia identificar? No mesmo dia fui ao laboratório fazer o exame de sangue que só confirmou o que eu já sabia. No dia seguinte, às 7h, eu e meu marido pregados na tela do computador comemorando um sonho que se iniciava.
Bem, nos meus próximos textos compartilharei com vocês sobre esse sonho que se materializa dia-a-dia, agora já na figura de um lindo menino, alegre, que já se demonstra travesso, de 1 ano e 1 mês, que verdadeiramente é a razão do meu viver e meu projeto de vida pelo resto da minha existência – não há trabalho, relatório ou reunião mais importantes do que ele.
Mas antes de eu poder viver esse amor tão puro, tão intenso, tão generoso e tão libertador, que é o amor materno eu tive a honra e o prazer de sentí-lo com outros filhos, que não o meu, e acabei por entender o “Amai o próximo como a ti mesmo”. Quem sabe Deus me colocou em recuperação nessa Lição, justamente para eu me preparar para a próxima: “Os Filhos não são nossos e sim do Mundo”- ou algo equivalente, aguardem.”
Beijos,
Raquel – Rach
Leiam a Parte I deste post: https://opiniaosa.wordpress.com/2012/01/14/o-sonho-de-ser-mae-e-a-dificuldade-de-engravidar-parte-i/